Quer saber como começar a criar gado? Então confira aqui algumas dicas incríveis em um guia introdutório de apenas 7 passos.


Criar gado exige planejamento cuidadoso, conhecimento sobre o manejo dos animais e atenção às necessidades do mercado.

Desde a escolha da raça até a preparação da infraestrutura da propriedade, cada etapa desempenha um papel importante no sucesso da criação. Além disso, é fundamental entender as exigências alimentares, sanitárias e reprodutivas para garantir a saúde e produtividade do rebanho.

Neste artigo, vamos explorar os passos essenciais para iniciar sua criação de gado com eficiência e obter bons resultados desde o começo.

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Como começar a criar gado em 7 passos

Aqui estão os 7 passos de como começar a criar gado:

1. Planejamento e Estudo Inicial

O primeiro passo para começar a criar gado é o planejamento detalhado. Criar gado não envolve apenas a compra de animais e a disponibilização de terras. É essencial entender as necessidades do mercado, a viabilidade da produção e as condições da sua propriedade.

Realize uma análise detalhada da terra disponível, considerando a quantidade de pasto, fontes de água e espaço adequado para manejo. Avalie também as condições climáticas da região, já que elas influenciam diretamente a qualidade das pastagens e a saúde dos animais.

Além disso, faça um estudo sobre as raças de gado disponíveis. Algumas raças são mais adequadas para corte, como Nelore e Angus, enquanto outras, como Holandês e Jersey, são mais indicadas para a produção de leite.

Conhecer as características de cada raça ajuda a alinhar seus objetivos de criação com o tipo de animal ideal.

Também é crucial estudar a parte financeira, estimando os custos iniciais e de manutenção, que incluem alimentação, medicamentos, infraestrutura e mão de obra.

2. Escolha das Raças e Sistema de Criação

A escolha da raça está diretamente relacionada ao tipo de produção que você pretende seguir. Caso seu objetivo seja a criação de gado para corte, raças como Nelore, Angus e Hereford são ótimas opções devido à sua adaptação ao clima brasileiro e ao bom rendimento de carne.

Se seu foco for a produção de leite, as raças Holandês, Jersey e Gir se destacam pela alta produtividade e adaptação a diferentes sistemas de manejo.

Além de escolher a raça, defina o sistema de criação. Há três principais sistemas: o pasto, o confinamento e o semi-confinamento. No sistema a pasto, o gado é alimentado exclusivamente com o capim disponível na propriedade.

É o método mais econômico, porém, depende da qualidade e da quantidade de pastagem. No confinamento, os animais são mantidos em currais e recebem alimentação balanceada, permitindo um controle maior sobre a engorda, mas exigindo maior investimento em ração.

O semi-confinamento é um método híbrido, em que o gado se alimenta tanto no pasto quanto em currais, oferecendo flexibilidade e um bom custo-benefício.

3. Preparação da Infraestrutura

Para criar gado de maneira eficiente, é preciso investir na infraestrutura da propriedade. O pasto deve ser cercado adequadamente para evitar que os animais escapem, e a qualidade da cerca é crucial para evitar acidentes e manter o controle sobre o rebanho.

Além disso, é importante criar áreas específicas para o manejo dos animais, como currais e bretes, onde serão realizadas atividades de vacinação, inseminação, pesagem e embarque para o transporte.

Outro ponto essencial é garantir a disponibilidade de água de qualidade em quantidade suficiente para o rebanho. Isso pode ser feito através de bebedouros automáticos ou pelo acesso direto a fontes naturais de água, como rios e lagos.

É recomendável, no entanto, cercar as margens dessas fontes para evitar erosão e contaminação. A sombra também é importante, especialmente em regiões de clima quente, onde o estresse térmico pode prejudicar a saúde e o desempenho dos animais.

4. Alimentação e Suplementação

A alimentação é um dos fatores mais importantes na criação de gado, seja para corte ou para leite. Em sistemas a pasto, a qualidade do capim deve ser constantemente monitorada, especialmente durante a seca, quando a oferta natural de alimentos pode diminuir.

É recomendável fazer o rodízio de pastagens, garantindo que a vegetação tenha tempo para se recuperar antes de ser utilizada novamente pelos animais.

Durante o período de escassez de pasto, a suplementação alimentar é fundamental. Silagem, feno e ração balanceada são opções que ajudam a garantir que os animais mantenham um bom ganho de peso ou uma produção de leite satisfatória.

Além disso, a suplementação mineral, com sal e outros nutrientes essenciais, é indispensável para a saúde do rebanho. A falta de minerais pode resultar em queda na produtividade e até em problemas graves de saúde.

5. Controle Sanitário

O controle sanitário é uma etapa crucial para o sucesso da criação de gado. Doenças e parasitas podem comprometer seriamente a produtividade e causar grandes perdas financeiras.

É necessário seguir um calendário rigoroso de vacinação e vermifugação, protegendo os animais contra doenças comuns, como febre aftosa, brucelose e clostridiose.

Além disso, o controle de parasitas externos, como carrapatos, é essencial. O excesso de parasitas pode prejudicar a saúde do animal e reduzir sua produtividade, além de causar desconforto e facilitar a transmissão de doenças.

A inspeção periódica do rebanho e o uso de medicamentos antiparasitários devem ser uma prática constante na fazenda.

6. Reprodução e Melhoramento Genético

A reprodução é um ponto-chave para garantir o crescimento do rebanho e melhorar a qualidade genética dos animais. Muitos criadores utilizam a inseminação artificial como forma de introduzir genética superior no rebanho, especialmente em sistemas de produção de carne e leite.

Essa técnica permite o acesso a touros com características desejáveis, como maior rendimento de carne ou alta produtividade leiteira, sem a necessidade de comprar o animal.

Outra prática importante é o controle reprodutivo, que inclui o manejo adequado das vacas prenhas e a separação dos bezerros após o nascimento, garantindo que eles recebam cuidados adequados nos primeiros meses de vida.

Investir no melhoramento genético é uma estratégia de longo prazo que aumenta a eficiência da criação e a qualidade do produto final.

7. Comercialização e Gestão Financeira

A última etapa para começar a criar gado de forma lucrativa é planejar a comercialização dos produtos e realizar uma gestão financeira eficiente. No caso do gado de corte, o criador pode optar por vender diretamente para frigoríficos, para o mercado local ou até para exportação.

Já na produção de leite, o criador pode vender o produto para laticínios, cooperativas ou processá-lo para agregar valor, transformando-o em queijos e outros derivados.

A gestão financeira envolve o controle de custos, como alimentação, medicamentos e mão de obra, além de monitorar os lucros com a venda dos animais, leite ou subprodutos.

Utilizar tecnologias de gestão pode facilitar o controle do rebanho e das finanças, ajudando o criador a tomar decisões mais informadas e a planejar o crescimento da atividade.

criação de gado

Principais problemas da criação de gado

Doenças e Parasitas

Um dos principais problemas da criação de gado é o controle de doenças e parasitas. Bovinos estão sujeitos a uma variedade de enfermidades, como febre aftosa, brucelose e tuberculose, que podem causar grandes perdas econômicas.

Além disso, parasitas internos e externos, como carrapatos e vermes, afetam a saúde e o desempenho dos animais, resultando em menor produtividade de carne ou leite.

A prevenção dessas doenças exige um programa rigoroso de vacinação, controle sanitário e manejo adequado, além de uma vigilância constante.

A negligência nesses cuidados pode comprometer toda a operação, levando à perda de animais e à queda na qualidade dos produtos.

Variação Climática

As condições climáticas representam outro grande desafio na criação de gado. A exposição a extremos climáticos, como secas prolongadas ou períodos de chuva excessiva, pode impactar diretamente a disponibilidade de alimento e água para o rebanho.

Durante a seca, o pasto pode se tornar escasso, obrigando o criador a gastar mais com ração e suplementos.

Em regiões de clima tropical, o calor extremo pode afetar o bem-estar dos animais, reduzindo sua produtividade e aumentando o risco de doenças relacionadas ao estresse térmico. Já em climas frios, o manejo adequado exige infraestrutura adicional, como abrigos e aquecimento.

Custos de Produção

Os altos custos de produção também são um problema recorrente na criação de gado. Alimentação, cuidados veterinários, vacinação e infraestrutura de manejo representam despesas significativas. Além disso, o aumento no preço dos insumos, como ração e medicamentos, pode reduzir a margem de lucro.

O criador deve investir continuamente em tecnologia e boas práticas para otimizar a produção, mas sem comprometer o bem-estar dos animais.

A ineficiência na gestão dos custos e na utilização de recursos pode resultar em prejuízos consideráveis, principalmente em períodos de baixa no preço da carne ou do leite.

Questões Ambientais

A criação de gado também enfrenta desafios ambientais. A pressão sobre recursos naturais, como água e terra, e a emissão de gases de efeito estufa têm colocado o setor sob maior escrutínio.

Criadores estão cada vez mais pressionados a adotar práticas sustentáveis, como o uso eficiente de pastagens e a redução do impacto ambiental da produção

Principais vantagens da criação de gado

Rentabilidade e Diversificação

Uma das principais vantagens da criação de gado é a rentabilidade que essa atividade pode oferecer. O mercado de carne bovina, em particular, possui uma demanda constante e crescente, tanto no mercado interno quanto para exportação.

Além disso, a criação de gado permite uma diversificação de fontes de renda, com a possibilidade de lucrar não apenas com a venda de carne, mas também com a produção de leite, bezerros e subprodutos como couro e esterco.

A flexibilidade do sistema de criação, que pode variar entre o pasto, confinamento ou semi-confinamento, permite ao produtor escolher o modelo que melhor se adapta à sua propriedade e à sua realidade econômica.

Aproveitamento de Terras

A criação de gado também permite o aproveitamento eficiente de áreas que, em muitos casos, não seriam adequadas para outras atividades agrícolas.

Pastagens em regiões de solo menos fértil ou declives podem ser usadas para a criação de bovinos, tornando viável o uso de terras que não teriam valor para o cultivo de outras culturas. Isso garante uma forma de renda, mesmo em propriedades com limitação de recursos naturais.

O manejo correto das pastagens pode melhorar a fertilidade do solo, promovendo a regeneração da vegetação e o aumento da capacidade de suporte da terra.

Crescimento Tecnológico

Outro benefício é o avanço tecnológico no setor. A criação de gado vem se beneficiando de tecnologias voltadas para o melhoramento genético, controle de alimentação, monitoramento da saúde dos animais e manejo sustentável.

Essas inovações permitem maior controle sobre a produção, otimizando o rendimento por animal e aumentando a lucratividade.

A pecuária moderna, aliada à tecnologia, tem se tornado mais eficiente e sustentável, gerando ganhos econômicos, sociais e ambientais para os produtores que adotam essas práticas.

Como lucrar com a criação de gado?

Venda de Carne

Uma das principais formas de lucrar com a criação de gado é a venda de carne. No caso do gado de corte, o criador pode optar por diferentes sistemas de produção, como a criação em pasto, confinamento ou semi-confinamento.

O lucro vem do abate e da comercialização da carne para frigoríficos ou diretamente ao consumidor.

A escolha de raças com bom rendimento de carne, como Nelore ou Angus, pode maximizar os lucros, assim como um manejo adequado que inclua alimentação balanceada e cuidados com a saúde do rebanho.

Além disso, a criação sustentável e com boas práticas pode agregar valor ao produto, especialmente no mercado de carnes premium.

Produção de Leite

A produção de leite é outra forma rentável de lucrar com a criação de gado. Raças leiteiras, como Holandês e Jersey, são conhecidas por sua alta produtividade. O leite pode ser vendido diretamente ou processado em derivados como queijos, iogurtes e manteigas, gerando um maior valor agregado.

Investir em tecnologia de ordenha e em cuidados com a alimentação dos animais, como fornecimento de pasto de qualidade e suplementação adequada, garante maior volume de produção e melhora a qualidade do leite.

Além disso, o mercado de leite orgânico e produtos artesanais está em crescimento, oferecendo oportunidades para aumentar os ganhos.

Venda de Bezerros

A criação de bezerros para venda também é uma estratégia comum. Criadores podem focar na reprodução de gado de alta genética, vendendo bezerros de qualidade para outros produtores. Isso é especialmente lucrativo no caso de raças com alto valor de mercado, como Angus e Girolando.

O investimento em inseminação artificial ou em touros de alta performance pode aumentar a qualidade dos animais e, consequentemente, o valor de venda.

Subprodutos

Além da carne e do leite, outros subprodutos, como couro e esterco, também podem ser comercializados. O couro é um produto de valor no setor industrial, e o esterco pode ser vendido como fertilizante orgânico, gerando uma fonte extra de renda para o criador.

Tipos de Gado

Vamos aqui levar em consideração tanto gado grande quanto o miúdo:

Principais tipos de gado grande

Aqui estão os 5 principais tipos de gado grande, cada um com suas características, vantagens e desvantagens:

1 – Nelore (Corte)

Pontos fortes: O Nelore é uma das raças mais populares no Brasil para a produção de carne. É extremamente resistente ao clima quente e a parasitas, sendo uma raça rústica e de fácil manejo.

Pontos fracos: Sua carne pode apresentar menor marmoreio, o que afeta a maciez, e a adaptação em climas frios é limitada.

2 – Angus (Corte)

Pontos fortes: O Angus é conhecido por sua carne de alta qualidade, com bom marmoreio e sabor superior. A raça é bem adaptada a climas temperados e frios.

Pontos fracos: Angus é menos resistente ao calor e a parasitas, o que exige maiores cuidados em regiões tropicais.

3 – Holandês (Leite)

Pontos fortes: A raça Holandesa é uma das principais produtoras de leite do mundo, com alta produtividade e excelente qualidade de leite.

Pontos fracos: São animais mais delicados, com maior necessidade de cuidados com saúde e alimentação, além de serem menos resistentes a climas quentes.

4 – Gir (Leite)

Pontos fortes: O Gir é altamente adaptado ao clima tropical, sendo uma excelente opção para a produção de leite em regiões quentes. É uma raça rústica e de fácil manejo.

Pontos fracos: Sua produtividade é inferior a de outras raças especializadas, como a Holandesa.

5 – Simental (Corte e Leite)

Pontos fortes: O Simental é uma raça versátil, usada tanto para produção de carne quanto de leite. É conhecido por sua boa fertilidade e crescimento rápido.

Pontos fracos: Exige cuidados com a alimentação e manejo, além de ser menos resistente a climas tropicais.

Principais tipos de gado miúdo

Aqui estão 5 tipos principais de gado miúdo (de menor porte), com seus pontos fortes, fracos e principais usos:

1 – Jersey (Leite)

Pontos fortes: O Jersey é conhecido pela alta qualidade de seu leite, rico em gordura e sólidos, ideal para a produção de queijos e manteiga. É uma raça de fácil manejo e altamente adaptável a diferentes climas.

Pontos fracos: Embora produza leite de excelente qualidade, o volume de produção é menor em comparação com raças maiores como a Holandesa.

2 – Guernsey (Leite)

Pontos fortes: O Guernsey produz leite de excelente qualidade, com alto teor de betacaroteno, resultando em uma cor amarelada que é valorizada no mercado. É uma raça rústica e adaptável a diversos ambientes.

Pontos fracos: Seu rendimento de leite é inferior ao de outras raças especializadas, o que pode limitar sua produção em larga escala.

3 – Dexter (Corte e Leite)

Pontos fortes: Dexter é uma raça de duplo propósito, utilizada tanto para produção de carne quanto de leite. É de fácil manejo, adaptável a climas variados e eficiente em conversão alimentar.

Pontos fracos: Como é uma raça menor, a produção de carne e leite é proporcionalmente menor em comparação com raças de maior porte.

4 – Anão do Zebu (Corte)

Pontos fortes: Esta raça é extremamente rústica e adaptada a climas tropicais. Requer pouca manutenção e tem boa resistência a doenças e parasitas.

Pontos fracos: A produção de carne é modesta, pois o tamanho menor afeta o rendimento em peso.

5 – Kerry (Leite)

Pontos fortes: Kerry é uma raça de gado leiteiro pequena e eficiente, ideal para pequenas propriedades. Produz leite de qualidade com bom teor de gordura.

Pontos fracos: Sua produtividade é menor em comparação com raças maiores, e é menos popular, o que pode dificultar o acesso a informações especializadas.

Considerações Finais

A criação de gado pode ser um empreendimento lucrativo, desde que o planejamento seja cuidadoso e as boas práticas sejam seguidas.

Investir em capacitação constante e buscar orientações especializadas são estratégias que fazem toda a diferença para o sucesso no setor. Comece pequeno, aprenda sempre e expanda de forma sustentável.

Aproveite agora e confira este artigo sobre como fazer uma horta orgânica.

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